segunda-feira, 20 de abril de 2015

Ser Nikkey: De onde você veio? De onde você é? Você é o que?


Assim como muitos países no mundo o Brasil foi criado e desenvolvido por imigrantes de varias partes do mundo, e todos os imigrantes enfrentaram dificuldades para se adaptar ao país, criar raízes e família. Conforme o tempo vai passando e as gerações vão passando as historias dos princípios das famílias vão ficando para trás, e nos tornamos apenas “nativos” da terra onde nascemos e muitas vezes não sabemos de onde vem ou como começou a historia. Este fenômeno da humanidade não ocorreu apenas no Brasil, mas em vários países, em todo o continente Americano e Oceania principalmente.

Talvez pela imigração de japoneses ser mais “recente” existe ainda boa memória do que aconteceu, muitas famílias guardam as memórias e passam com muito orgulho aos seus filhos e netos na esperança que isso não se perca, não penas de quando chegaram ao Brasil mas também do passado da família no Japão, sobre os bisavós e tataravós.


Ao nascer como filho de imigrantes se vive de forma diferente, temos influencias diferentes, temos costumes e hábitos preservados ou adaptados que vieram com nossos pais e avós e entender ou explicar essas coisas pode ser difícil uma vez que o diferente na humanidade pode sempre ser visto como estranho, incompreensivo ou até inaceitável em algumas culturas. Hoje graças a globalização e a evolução dos meios de comunicação e do ser humano em geral isso ocorre com menos frequência.



Uma das questões mais frequentes na vida de um descendente japonês ou asiático é: De onde você veio?  Ou suas variações: De onde você é? Você é o que?

Se você é um descendente de japoneses ou asiáticos com certeza escuta este tipo de pergunta desde pequeno, e provavelmente vai ouvir isso até o final da vida, mesmo que em menor frequência. A principio pode parecer uma pergunta simples com uma resposta simples, mas na verdade é muito mais profundo.

A resposta mais provável e simples para a questão é:
- Sou brasileiro, mas meus pais/avós vieram do Japão.

Isso responde o que a pessoa que perguntou quer saber, mas gera uma serie de pensamentos e reflexões para o questionado:

- Será que sei de onde eu vim? – Quem sou eu? – O que sou eu? - Se me perguntam isso é porque não sou como os outros? – Eu não pertenço a este lugar?  



Ao receber estas perguntas e tantas outras semelhantes geralmente dois caminhos se abrem e  podem ser seguidos pelos questionados. Um deles é se revoltar e renegar sua essência oriental numa tentativa desesperada de ser aceito na sociedade e ser visto como um brasileiro como todos, como um ser igual. Muitos escolhem este caminho e acabam perdendo as raízes dos antepassados, os costumes e muito mais, perdem a identidade. Não são poucas as pessoas que escolhem este caminho, às vezes até inconscientemente, e acabam apagando parte do que são, e obviamente não propagando aos seus filhos a herança cultural que os pais e avós deixaram.

A outra opção é entender que é diferente, mas não de uma forma negativa, buscar conhecer suas raízes, encontrar sua identidade enquanto nipo-brasileiro e principalmente entender que faz parte de dois mundos diferentes resultando na mistura do ocidente com o oriente e que poucos têm este privilegio e que nem todos vão entender, mas o mais importante é que você entenda.  Encontre sua identidade e preserve as heranças culturais de sua família, só você pode fazer isso, não é o tipo de coisa que se pode deixar para que outros façam, pois as historias são todas diferentes,e as pessoas e famílias são únicas.


Esta reflexão não cabe apenas para os descendentes de japoneses, mas para os descendentes de qualquer país, sejam seus antepassados, chieneses, coreanos, italianos, espanhóis, portugueses, africanos, árabes ou enfim de qualquer lugar, em algum momento você, seus pais ou seus avos, bisavós ou tataravós se depararam com este dilema, e os que escolheram o caminho da preservação cultural são os que contribuíram para a riqueza cultural do Brasil, se ninguém tivesse cuidado e preservado as culturas e os costumes dificilmente teríamos a bela cultura miscigenada que temos hoje no Brasil.
Este post é apenas um ponto de vista, mas que espero que ajude a preservar a  cultura e as historias das famílias brasileiras.

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Abss
Nikkey Life 4LIFE

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