Assim como muitos países no mundo o Brasil foi criado e
desenvolvido por imigrantes de varias partes do mundo, e todos os imigrantes
enfrentaram dificuldades para se adaptar ao país, criar raízes e família.
Conforme o tempo vai passando e as gerações vão passando as historias dos
princípios das famílias vão ficando para trás, e nos tornamos apenas “nativos”
da terra onde nascemos e muitas vezes não sabemos de onde vem ou como começou a
historia. Este fenômeno da humanidade não ocorreu apenas no Brasil, mas em
vários países, em todo o continente Americano e Oceania principalmente.
Talvez pela imigração de japoneses ser mais “recente” existe
ainda boa memória do que aconteceu, muitas famílias guardam as memórias e
passam com muito orgulho aos seus filhos e netos na esperança que isso não se
perca, não penas de quando chegaram ao Brasil mas também do passado da família
no Japão, sobre os bisavós e tataravós.
Ao nascer como filho de imigrantes se vive de forma
diferente, temos influencias diferentes, temos costumes e hábitos preservados
ou adaptados que vieram com nossos pais e avós e entender ou explicar essas
coisas pode ser difícil uma vez que o diferente na humanidade pode sempre ser
visto como estranho, incompreensivo ou até inaceitável em algumas culturas.
Hoje graças a globalização e a evolução dos meios de comunicação e do ser
humano em geral isso ocorre com menos frequência.
Uma das questões mais frequentes na vida de um descendente japonês
ou asiático é: De onde você veio? Ou suas
variações: De onde você é? Você é o que?
Se você é um descendente de japoneses ou asiáticos com
certeza escuta este tipo de pergunta desde pequeno, e provavelmente vai ouvir
isso até o final da vida, mesmo que em menor frequência. A principio pode
parecer uma pergunta simples com uma resposta simples, mas na verdade é muito
mais profundo.
A resposta mais provável e simples para a questão é:
- Sou brasileiro, mas meus pais/avós vieram do Japão.
Isso responde o que a pessoa que perguntou quer saber, mas
gera uma serie de pensamentos e reflexões para o questionado:
- Será que sei de onde eu vim? – Quem sou eu? – O que sou
eu? - Se me perguntam isso é porque não sou como os outros? – Eu não pertenço a
este lugar?
Ao receber estas perguntas e tantas outras semelhantes geralmente
dois caminhos se abrem e podem ser
seguidos pelos questionados. Um deles é se revoltar e renegar sua essência oriental
numa tentativa desesperada de ser aceito na sociedade e ser visto como um
brasileiro como todos, como um ser igual. Muitos escolhem este caminho e acabam
perdendo as raízes dos antepassados, os costumes e muito mais, perdem a
identidade. Não são poucas as pessoas que escolhem este caminho, às vezes até inconscientemente,
e acabam apagando parte do que são, e obviamente não propagando aos seus filhos
a herança cultural que os pais e avós deixaram.
A outra opção é entender que é diferente, mas não de uma
forma negativa, buscar conhecer suas raízes, encontrar sua identidade enquanto nipo-brasileiro
e principalmente entender que faz parte de dois mundos diferentes resultando na
mistura do ocidente com o oriente e que poucos têm este privilegio e que nem
todos vão entender, mas o mais importante é que você entenda. Encontre sua identidade e preserve as heranças
culturais de sua família, só você pode fazer isso, não é o tipo de coisa que se
pode deixar para que outros façam, pois as historias são todas diferentes,e as
pessoas e famílias são únicas.
Esta reflexão não cabe apenas para os descendentes de
japoneses, mas para os descendentes de qualquer país, sejam seus antepassados,
chieneses, coreanos, italianos, espanhóis, portugueses, africanos, árabes ou
enfim de qualquer lugar, em algum momento você, seus pais ou seus avos, bisavós
ou tataravós se depararam com este dilema, e os que escolheram o caminho da
preservação cultural são os que contribuíram para a riqueza cultural do Brasil,
se ninguém tivesse cuidado e preservado as culturas e os costumes dificilmente teríamos
a bela cultura miscigenada que temos hoje no Brasil.
Este post é apenas um ponto de vista, mas que espero que ajude a preservar a cultura e as historias das famílias brasileiras.
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Abss
Nikkey Life 4LIFE